Almanaque vem do árabe al-manakh, que é o "lugar em que o camelo se ajoelha". Ponto de reunião dos beduínos para conversar e trocar informações sobre o dia-a–dia.


sexta-feira, 27 de julho de 2007

52º DIA - Sobre o espetáculo do grotesco

Infelizmente a coisa de 9 dias atrás, um avião da Tam prefixo JJ 3054, chocou-se contra um prédio da mesma empresa ocasionando a morte de quase 200 pessoas. A comoção no país foi sentida e claro, sobra para as famílias a dor de terem os seus arrebatados de forma violenta, e de terem que estender o sofrimento para dias, talvez semanas, devido a demora em fazer o reconhecimento dos corpos, antes de dar aos mortos os ritos funerários adequados.
Mas o que me motiva a escrever é que, no meio da dor dos familiares, interesses de terceiros venham permeando a busca por respostas!
1 -De videntes que se disseram capazes de terem previstos a fatalidade, mas que ou não tinham confiado em seus pressentimentos ou queriam ver o mesmo ocorrendo e, talvez por isso só o noticiaram após a tragédia!
2 - A mídia que de forma tulmultuada arranjou, antes mesmo da caixa preta ter sido levada para análise, pelo menos umas quatro explicações possíveis, e possíveis responsabilidades, assumindo para si competências, já que não são órgãos investigativos! Reconhece-se a dor dos familiares, mas entrevistar o filho do comandante da aeronave para respaldar a tese de problemas na pista como causa do acidente, é um pouco demais! Ora em meio a comoção o filho, também vítima, não tem sequer condições emocionais de emitir avaliações de cunho técnico! Já culpuram a pista, o governo federal, o ministro da defesa, o Lula, a Tam, a aeronave, o "reverso" do avião etc.....mas quando de fato a resposta vier, ela com certeza não absolverá socialmente as dezenas de "culpados" da mídia! Até promessas de redes "universais" não comprarem mais passagens aéreas no aeroporto de Congonhas foram feitas!
3- Deputados de oposição e de situação, sem saberem bem o que dizer, dão entrevistas em que afirmam que o piloto tentou arremeter e depois desdizem o que se passou, dizendo que não tinham nenhuma afirmação! Os "demos" como sempre querendo culpar o governo, e no fundo talvez até lamentando que o avião não estivesse cheio daquela "raça"!
4- Recebi agora as fotos, ditas "não publicadas pela imprensa", do acidente, como sempre me causa repúdio, que mediante a dor dos familiares, transformem em "atração de circo" a imagem mais cruel da dor de quem perde um ente querido em meio a uma tragédia! Não repasso essas fotos e não gosto quando me mandam, na verdade, se quer abro mensagens com títulos sugestivos. A morte não me causa medo, nem fico impressionado com elas! Impressiona-me sim, como as pessoas podem ter interesse em repassar fotos que nada minimizam, ou auxiliam na resolução de tragédias similares, pelo contrário, podem é aumentar a dor daquelas famílias que pelas redes sociais que a internet permitiu criar, ter que ver os corpos das vítimas do acidente, e quem sabe não amargar a dor de achar que poderia ser a foto de um parente, um amigo ou um conhecido!
Esperemos o fim das investigações e ai sim poderemos punir aqueles a quem a culpa deve recair!
Aos mortos ao menos o direito de dignamente deixar o nosso convívio, sem servir de espetáculo para a satisfação de alguns que felizmente não perderam ninguém no acidente! Ninguém vira santo ao morrer (ACM não me deixa mentir!), mas respeitemos a dignidade que deve ser dada a todos os seres humanos, e dor dos familiares que deles deveriam guardar somente boas lembranças e boas imagens!

domingo, 22 de julho de 2007

Agora a rosquinha

Status é :
Comprar o que você não precisa,
com o dinheiro que você não tem,
pra mostrar a quem você não gosta,
o que você não é.

Pausa para o café

“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo.” “...Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.” Hermann Hesse (autor de Sidarta e O Lobo da Estepe)

51º DIA - Feriado de 09 de julho e idéias sobre filmes......

fui assistir a “Jogos Mortais III”, embora o filme surpreenda durante o desenrolar, não consigo me simpatizar com o vilão – não, não sou nenhum psicopata! – mas todo filme de terror que ganha continuidade tem por pano de fundo, uma certa simpatia pelo vilão, seja pelo seu humor cínico e sarcástico a La Freddy “Nightmare” Krueger, ou pela sua completa falta de humor e de cérebro como Jason “sexta-feira 13” Voorees, pelas motivações de ordem moral mais elevadas como em “Seven”, ou mesmo pela completa estupidez e falta de jeito como os assassinos da série “Pânico”; mas Jigsaw não me agrada, ele não tem nada de agradável: cria jogos para dar lições de moral e de bem viver às pessoas, mas que ao contrário do vilão em Seven, Jigsaw não está disposto a auto-sacríficio, pelo contrário, quando sua vida corre perigo, ele se arma de alguma válvula de escape, uma criança refém, um envenenamento, uma morte programada, algo que deixe suas vítimas num dilema moral, matar o assassino ou salvar a outra vítima. Nada pode ser aprendido na experiência de Jigsaw, suas motivações são fracas e débeis, embora queiram apresentá-lo como um assassino inteligente, astuto, que nem mesmo a polícia pode incriminar ou pegar. Mesmo a causa primária, os erros cometidos pelas suas vítimas em nada contribuem para justificar seus atos. Achar que pessoas que se drogam merecem quase morrer para aprender o significado da vida, que maridos infiéis devem perder seus entes queridos para dar mais valor aos mesmos, que médicos depressivos pela perda de um filho, devem ser obrigados a manter um doente terminal vivo para aprender a dar valor ao que estão perdendo, criando engenhocas mirabolantes para se ter apenas alguns minutos para delas escapar, mas não permitindo ser por elas envolvidas. Ao contrário de todos os vilões que vivenciam sua loucura, dela participando como agentes e atores, Jigsaw, observa com um certo distanciamento, que pode ser percebido quando no primeiro filme ele está presente na sala, mas sob efeitos de sedativos; no segundo filme já debilitado ele teve de por alguém para vivenciar a sua criatura, e no terceiro filme percebe-se que pela primeira vez fez parte de seu próprio jogo, mas apenas para manter sua vida. Talvez Jigsaw tenha encarnado o diálogo entre Deus e Lot? Procurando achar em “Sodoma e Gomorra” um único homem honesto? Jigsaw não é um vilão que me agrade, nem com ele me simpatizo. Apenas um filme de terror, bem conduzido, bem roteirizado, mas sem o atrativo dos vilões de antigamente! Bem terminei minhas opiniões sobre o Jogos Mortais, enquanto assisto o inicio do filme “Olhos Famintos II”, que, sem entrar no mérito, é um filme que também não me atrai, a história um tanto fantástica cabe em um livro ou em um conto, mas como filme não funciona; torna o monstro fácil, no ponto, já recheado. Monstro microondas: cinco minutos de filme e já está pronto! É só servir!