Almanaque vem do árabe al-manakh, que é o "lugar em que o camelo se ajoelha". Ponto de reunião dos beduínos para conversar e trocar informações sobre o dia-a–dia.


sábado, 6 de dezembro de 2008

76º DIA - Transcendência: ou Deus, um delírio e Deborah Secco, um colírio!

Certa vez eu tivera um desejo de ser além daquilo que nascemos para ser; um desejo de transcender o caráter material da existência e ser além! Ando lendo o livro Deus, um delírio (Richard Dawkins - Editora Companhia das Letras, 1ª Edição), e tenho comigo a convicção, de que nós seremos sempre acometidos pelo desejo, quando a transcendência não nós é permitida, de tornarmos então detentores da verdade. Algumas vezes desejamos ser a própria verdade como se fosse única, como se fossemos únicos....que mal existirá na credulidade, na fé, em deus? Onde a ciência acredita ser melhor do que a fé na resposta ao desejo humano de ser mais? De sermos olhados de cima, sentindo que alguém cuida de nós, por que somos, muitas vezes, incapazes de cuidar de nós mesmos, de cuidarmos uns dos outros? A ciência responderá como as pessoas devem reagir frente a certeza da morte que caminha ao nosso lado desde a concepção, e que um dia vai nos encarar e nos convidar ao oblivion? É de fato necessário e saudável que, estejamos hoje, tentando provar que deus existe? Se alguém crê em algo, isso já não É? A existência material é o que de fato comprova a existência real? Quanto do pensamento humano não tem existência apenas em conceitos: inconsciente coletivo, pátria, honra, esperança, saudade, ausência, fé? José Saramago muito sabiamente escreveu que deus não é o problema, o problema é o Fator Deus, em nome de quem matamos, morremos e cometemos grandes atrocidades....a religião é fruto da interpretação de homens e mulheres, bem ou mal intencionados, mas deus não tem nada haver com isso! A ciência não tem resposta a dores de mães e pais que perdem os filhos para doenças hoje incuráveis, nem para alegria daquelas que recebem curas quando a ciência já havia desenganado o paciente (mesmo que a cura seja algo que se possa explicar futuramente pela ciência, não menospreza a maravilha frente ao inesperado!), também não será capaz de medir o poder da oração ou a quantidade de fé de um individuo! Também a religião não será capaz de explicar como o mundo surgiu, quando o homem surgiu, nem deverá ser capaz de dizer quando e como as pessoas, que não professam a mesma crença, devam morrer, amar e viver. O Estado deve ser laico e as religiões respeitadas quando manifestas apenas no campo pessoal, nisso concordo com o autor do livro. Nem a ciência nem a crença detêm a primazia da verdade. Eu de minha parte não me importo se ele existe ou não, o final que nos espera é sempre igual: retornaremos ao mundo como matéria, repetindo os mesmos ciclos do oxigênio, carbono, cálcio, nitrogênio e água.... Quanto a Deborah Secco com certeza também não constituíra em uma verdade absoluta....deve haver aqueles que crêem no contrário.....

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