Se tivesse que escolher um único objeto para carregar comigo, numa hipotética viagem a outro planeta, eu escolheria um caneta bic. Das azuis. Dessas bem comuns! Não, não estou fazendo nenhuma apologia do fabricante ou do produto. Mas a carregaria por algumas razões, um pouco frágeis eu sei, mas ao mesmo tempo significativas. A começar pela simplicidade, afinal ela é composta de uma tampa, um tubo plástico, a carga, com sua ponta de metal que permite a escrita, e a “aquela outra parte” de plástico no fim do tubo, o fundilho (eu sei que esse não deve ser o termo mais apropriado, mas fazer o quê se não sei o nome). Já inventaram todo tipo de caneta: verde, vermelha, de quatro cores, dez cores, vinte cores (quem escreve tanto?), com cheiro, com brilho....., mas é a velha e boa bic azul que todos temos, não é mesmo?
Começarei meus argumentos pela tampa. É óbvio que uma tampa de bic serve apenas para protege-la de possíveis quedas e danos a sua ponta, o que a inutilizaria por completo caso ocorresse, mas reparem que ela possui um pequeno orifício, que impede que a tinta resseque. Já repararam também como ninguém carrega um caneta bic sem tampa? Como ela sobra em cima dos balcões, como se não tivessem a mínima serventia ou mesmo uma razão para leva-la embora? O tubo plástico, resistente mas transparente, permite que a gente veja a quantas anda a tinta, e quem sabe prever a hora de trocá-la, além de servir como um invólucro protetor para sua sensível e preciosa carga (que dá forma ao que nós humanos sonhamos). Quanto “aquela outra parte”, tenho certeza que sua função primordial é evitar que a tinta possa vazar quando a caneta, por descuido acaba “estourando” no bolso do freguês (mas observem que, quando ocorre o infeliz acidente, ele acomete muitas vezes o bolso daqueles que, num vício quase canino, adoram mordiscar a pobre caneta).
Mas o argumento derradeiro é que a caneta bic é como o amor! Não! Definitivamente, não enlouqueci! Reparem que ambos são tão simples, sem grandes partes móveis ou peças mecânicas de delicada precisão. Reparem que a gente não existe sem nossa outra parte: aquela que nos protege, mas sem nos sufocar. Essa outra parte é que nos faz completo. Faz com que a gente possa mostrar aos outros nossa carga tão frágil, mas tão preciosa; uma carga de sonhos, desejos e planos, que nos ajuda a rabiscar o nosso dia-a-dia (mesmo quando estamos já endurecidos externamente). Essa parte que nos dá o apoio e a firmeza, para que sigamos em frente. Essa outra parte que nos impede de sermos levianos com o que temos de melhor, e não nos deixa desperdiçá-lo com sentimentos pequenos de raiva, desespero e solidão.
Apenas em uma coisa o amor não se parece com uma bic: é que ao contrário dela, nossa carga de sonhos frente à vida, só acaba se a gente esquece a nossa outra parte, num canto qualquer (mas se isso acontece, perdemos, assim como ela, a nossa serventia).
O amor é como uma caneta bic! Das azuis! Dessas bem simples!
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3 comentários:
Uma caneta bic quando ela acaba vc joga fora. Agora quando o amor acaba...
gostei da analogia entre o amor e uma caneta bic. Não conccordo num ponto.......a caneta bic é baratucha e deita-se fora quando acaba, O amor é precioso - sem qualquer preço - e , se se deita fora perde-se o melhor da vida. Morre-se por dentro, seca-se.
Infewlizmente há muitos anos que não uso canetas bic porque só consigo escrever com canetas de tinta permanente. devia à doença de musculos que tenho, fico muito cansada com canetas esferograficas e , como escrevo muito prefiro canetas que não tenha que fazer esforço a escrever.
Seja como fôr gostei do seu post. E gostei muito do comentário que fez no post da Flavia
um abraço
Zica
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